quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Uma das Raízes da Desproporcional Presença das Mulheres nas Esferas Econômica e Política

A escolaridade das mulheres avança a passos largos na maioria dos países, sendo superior em muitos deles, mas isto não se reflete na mesma proporção no emprego.  Embora sejam metade da população mundial, somente um terço ocupa postos de trabalho formais.

Segundo o Fundo Monetário Internacional, se a força de trabalho feminina fosse aproveitada, países como o Egito elevariam o seu PIB em um terço e a Índia em um quarto.  Talvez, esse fosse o caminho para a superação da crise econômica que assola os países em desenvolvimento, inclusive o Brasil.

Outro aspecto que contrasta com o nível de formação das mulheres, superior ao dos homens, é sua inexpressível presença nos escalões mais elevados das empresas.  Nas duzentos e cinquenta maiores empresas brasileiras há somente três mulheres no topo da hierarquia.  Mas isso é só no Brasil? Claro que não.  A revista Fortune de 2014, sobre as quinhentas maiores empresas do mundo, informa que somente vinte e três executivas conduzem grandes corporações.

A baixa presença quantitativa e qualitativa da mulher no mundo do trabalho está diretamente relacionada com a sua tímida participação nos cargos eletivos e, por conseguinte, com a pouca influência que exerce na vida política.  Sobre isso, a Unionon Inter-Parlamentar compilou dados dos parlamentos de cento e noventa e três países do mundo.  As informações são muito recentes, foram coletadas até o último dia primeiro de agosto de 2016.  Se considerarmos todas as Câmaras Baixas, equivalentes à Câmara dos Deputados brasileira, apenas um (22,9%) entre cinco parlamentares é mulher.  Nas Câmaras Altas, equivalentes ao Senado, ocorre a mesma coisa (22,3%).  No Brasil a presença feminina é ainda menor, dos 513 deputados, somente 51 são mulheres (9,9%) e dos 81 Senadores, apenas 13 (16%).

Mesmo que se possa afirmar que o representante parlamentar deva defender o interesse do povo em geral, seria ingênuo pensar que as mulheres não possuam uma agenda política com questões típicas do seu gênero.  Emprego; participação na vida econômica e política do país; e direitos pessoais, tais como o aborto e proteção contra a violência masculina, são apenas alguns deles.

A participação da mulher na vida econômica dos países está visceralmente relacionada com a sua presença no universo político, tanto quanto isso depende da importância que se lhe dê como ser social, respeitada e reconhecida com iguais direitos. A menor importância atribuída à mulher alcança todas as esferas do universo social, inclusive o religioso, não se cultua Deusas.  Quase todos os Deuses que conhecemos são do gênero masculino.


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