sexta-feira, 14 de outubro de 2016

A Vulgarização do Amor - Fragmentos do livro Socorro! Deus é Menina

Estamos vivendo um acelerado processo de vulgarização e desqualificação do amor, em todas as suas modalidades. A começar pelo excessivo uso do termo, que raramente é aplicado com propriedade. Faça uma experiência, peça a um de seus amigos que liste as dez coisas, pessoas, locais ou situações que mais ama. É muito provável que ele inclua mais coisas materiais, locais e situações que pessoas.

Então, você ama o seu smartphone? Espero que não, más ouço com muito regularidade pessoas dizendo que sim.  Ou elas estão mentindo ou aplicando o termo amor indevidamente. Neste caso, talvez não reconheçam o que significa amor. O pior dos mundos é se elas estiverem falando a verdade. Neste caso, estaremos lidando com um amor no mínimo estranho, não é mesmo?

A vulgarização da palavra amor tem sido sistematicamente empreendida pelos meios de comunicação, por campanha publicitárias, que apelam para a dimensão afetiva para comercializar produtos e serviços. A ideia central é incutir valores que associam carências afetivas ao consumo, de tal maneira que comprando estaremos amando ou sendo amados. Esta artificialidade se estende para o universo das relações humanas e passa a mediar as relações afetivas também entre pessoas.


É claro que não há como esperar que seu automóvel, computador ou uma bolsa de grife se apaixone por você, mas é perfeitamente possível incorporá-los à sua imagem, conformando um ser composto por você + um kit persona, que serão objetos de desejo ou admiração de outras pessoas. Assim, para ser amado você precisa de mais e mais coisas. São estas coisas que vão intermediar a relação afetiva entre você e as outras pessoas.

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terça-feira, 11 de outubro de 2016

Fragmentos do livro Socorro! Deus é Menina: Amor e Fé

Para a ciência, a primeira molécula surgida do Big Bang é o elemento mais simples que supostamente conhecemos. Para saber quem é Deus, considere um elemento mais simples ainda. Embora a ciência ainda não tenha explicado esse elemento, e espero que o faça no futuro, podemos reconhece-lo em nós mesmos como a partícula do amor.

Deus é amor, o amor é o bem e tudo que dele decorrer.  Deus é como uma mãe, não precisa atender aos seus pedidos, ele se justifica pelo simples fato de você existir, não pelo que você julga que merece. Tal como a mãe, ele já lhe deu o que tinha que dar, uma semente de amor para cultivar.  Cultive, faça isso por você e por ele.

Segundo Chopra, só podemos reconhecer o que a nossa mente percebe, por isso, é possível que ela molde a nossa realidade. Se o cérebro for uma lente vermelha, para nós, tudo será vermelho. Acho que a dicotomia entre o que seja ou não conhecido não é apropriada para encontrarmos Deus, se for assim, os céticos nunca o reconhecerão. As evidências de Deus estão conosco, mesmo que não consigamos estabelecer uma lógica mística ou científica para explica-lo. Considere que Deus seja amor e assim perceberá que todos nós acreditamos nele, mesmo sem querer, inclusive os céticos.

Deus está em você e não do lado de fora. Praticar o amor é aceitar um Deus que é de todos e que pode se manifestar de muitas maneiras, tantas quantas o amor permitir.  Por isso. amar os animais e experimentar a sua afetuosidade é uma sublime maneira de viver a fé.  Do mesmo modo, ser tolerante e aceitar a união de pessoas que se amam, independente do gênero, mesmo contra os imperativos da nossa cultura e o peso da nossa religião, é atuar sob a influência de Deus.


Não se crê sem fé.  A fé é a própria consciência de que se pode amar. Veja o exemplo das mães, elas amam mesmo antes de conhecer o filho, isso é fé.  Acredite no amor que já existe em você e terá fé. Por isso, mesmo os céticos têm fé.

sábado, 8 de outubro de 2016

Espontaneidade e Superficialidade: Influências de Origem

Nos primeiros anos das nossas vidas somos fortemente influenciados pelas ações educativas das nossas mães.  Ações que são estimuladas e inspiradas pelo amor que elas sentem por nós.  Em geral, nessas fase, além das diversas características pessoais, apresentamos um caráter espontâneo, sincero e afetivo, mesmo se nos revelamos mais tímidos e retraídos.  Na medida do tempo, quando vamos crescendo, nos distanciando desse cuidado afetuoso e nos submetendo mais e mais à sociedade, nossa espontaneidade vai sendo sucessivamente empurrada para fora de nós, por uma crescente artificialidade.  É a cultura, tomando o lugar das nossas mães e nos fazendo adultos.

A cultura nos ensina a nos comportarmos em sociedade, a entender e a aceitar direitos e deveres e a nos mostrarmos em função do que esperam os demais membros da nossa sociedade.  Ela nos leva a vivermos na superficialidade de nós mesmos em favor da nossa aceitação pela sociedade.

No lado oposto ao das nossas mães, a educação à que nos impinge a cultura não tem o amor como um lastro, mas uma ética alicerçada na razão e nos dogmas.  Enquanto nossas mães nos ensinam o que acham que nos trará o bem porque nos amam, e isso independe do tempo e do lugar em que vivamos, a cultura nos leva a acreditar no que seja certo ou errado e isso varia em função do tempo e do local onde vivamos.

Mesmo sabendo que a nossa espontaneidade seja um traço característico das crianças e que na quase totalidade dos casos ela vá diminuindo ao longo do nosso crescimento, não posso deixar de notar a influência que as mães exercem sobre ela, reforçando-a, buscando alonga-la ao máximo.  Do outro lado, vejo que a cultura fazendo o oposto, nos conduzindo para uma superficialidade que apaga a nossa espontaneidade.

Penso que uma das razões desse fenômeno decorram das bases que sustentam essas ações educativas, o amor, a razão e os dogmas.  O amor independe de tudo, e me refiro ao amor materno, ele existe em qualquer lugar e a qualquer tempo do mesmo jeito, já a razão e os dogmas não, eles variam no tempo e no espaço.