sexta-feira, 30 de setembro de 2016

A Função Pedagógica do Amor Original

Acredito que a trajetória humana foi edificada sobre o amor e que o seu aprendizado e o da própria Inteligência foram estimulados pelo amor original, aquele que todas as mães sentem pelos seus filhos, mesmo que não queiram.

É curioso notar o efeito posterior que a rejeição de um filho provoca em uma mãe. Ela pode ter todas as razões para não amá-lo, até mesmo que ele tenha sido fecundado sem a sua aquiescência, mas rejeitá-lo produz um profundo trauma, um interminável problema de consciência.

A proteção que o amor original proporciona, estabelece as condições favoráveis para a cria aprender. Ela reduz as incertezas, abranda as inquietudes e acomoda os ânimos, permitindo que tanto o coração como a mente se abram para aprender. A minha experiência mostra que o amor estimula o aprendizado. Hoje, uma criança ou mesmo um adulto, que se sinta amado, cuidado e protegido, se abre para sentir e perceber outras visões.

Tenho a impressão de que o amor é uma estratégia de evolução e de sobrevivência das espécies, uma prática instintiva que estimula o desenvolvimento da inteligência racional a partir da inteligência emocional e que tudo desagua em um sistema de valores em que Deus está contido.

Se isso realmente te interessa, então, dê uma olhada no capítulo III do livro, onde falo um pouco mais sobre o caráter pedagógico do amor. Afinal, ele move multidões na direção das Igrejas e de Deus.

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Fragmentos do livro: Socorro! Deus é Menina

          Se Deus é amor, o gênero feminino foi o conduto da nossa herança afetiva, desde o início de tudo, nosso cordão umbilical com Deus. Por isso, o gênero feminino é muito mais afetivo e sensitivo, devendo, portanto, dele brotar todos os valores. No entanto, preferimos adotar o conhecimento racional, que nos legou a ciência de hoje; e o conhecimento dogmático, alicerçado em Deuses homens, para constituir duas grandes estruturas geradoras de valores que se antagonizam em quase todos os aspectos menos quando se trata da desvalorização do gênero feminino e do amor, nisso elas estão de acordo.

Então, tal qual a religião e Deuses homens, a ciência tem lá suas mazelas, que creio decorram da mesma causa, o distanciamento do amor original, o amor de Deus. Por exemplo, se um cientista morasse em um planeta em que se identificasse afetivamente com os seus seres, provavelmente não inventaria uma bomba atômica. A sua ciência estaria a serviço da vida, por razões óbvias de natureza afetiva.

Do mesmo modo, as religiões parecem distantes dos valores mais importantes.  Parafraseando Chopra, a ideia é bem simples, considere duas tropas de soldados inimigas, uma de cada lado, sendo abençoadas por seus Capelães para que tenham melhor sorte na batalha.  Irônico, não é mesmo? Então, o resultado será a morte de muitos deles, por razões que eles próprios desconhecem. O problema não está com os soldados, mas com a guerra. Se o conflito fosse enfrentado a partir de valores e crenças que colocassem a vida acima de tudo, a guerra provavelmente não existiria. No entanto, neste exemplo, a ciência e a religião estão amalgamadas em favor do mesmo infortúnio.

Se as religiões e os Deuses homens estivessem verdadeiramente sedimentados no amor, não teríamos a descrença, desconfiança e tantos falsos profetas, não é mesmo? Não precisaríamos recorrer tanto aos bens materiais para exercitar o amor, na sua melhor expressão, aquele que nos realiza como seres de Deus que somos.  Praticar o amor é aceitar um Deus que é de todos e que pode se manifestar de muitas maneiras, tantas quantas o amor permitir. Por isso, amar os animais e experimentar a sua afetuosidade e uma sublime maneira de viver a fé. Do mesmo modo, ser tolerante e aceitar a união de pessoas que se amam, independente do gênero, mesmo contra os imperativos da nossa cultura, é atuar sob a influência de Deus.

Deus é amor, o amor é o bem e tudo que dele decorrer. Deus é como uma mãe, não precisa atender aos seus pedidos, ele se justifica pelo simples fato de você existir, não pelo que você julga que merece. Tal como a mãe, ele já lhe deu o que tinha que dar, uma semente de amor para cultivar.  Faça isso por você e por ele.

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

O desenvolvimento e a presença das mulheres nos parlamentos dos países

O Índice de Desenvolvimento Humano – IDH é um indicador de comparação utilizado para distinguir os países em seus graus de Desenvolvimento, compreendendo as seguintes classificações:

Países Desenvolvidos = IDH Muito Alto;
Países em Desenvolvimento = IDH Alto e Médio; e
Subdesenvolvidos = IDH Baixo.

            O cálculo do IDH se baseia em indicadores de renda, educação e saúde. Na mensuração da renda, são consideradas a renda per capta e o poder de compra da população; na educação, entram o índice de alfabetização de adultos e a escolaridade da população como um todo; e na saúde, considera-se a expectativa de vida.

Quando comparamos o grau de desenvolvimento dos vinte países em que as mulheres têm maior participação nos parlamentos com o dos vinte países em que as mulheres têm a menor ou nenhuma participação, observamos o seguinte resultado.



É curioso pensar que se possa considerar um país como Desenvolvido, sem a participação significativa das mulheres em seu parlamento, sobretudo porque que elas são a maior parcela da população, mais escolarizadas e mais longevas.


terça-feira, 20 de setembro de 2016

Riqueza, Renda ou Religião: O que mais influencia a participação da mulher na vida política?

Segundo o Relatório da União Interparlamentar de 2015, somente 22,8% das cadeiras parlamentares de 193 países do mundo são ocupadas por mulheres. Poder-se-ia pensar que a riqueza dos países estimulasse a participação feminina na política, mas não é isso que revelam os números do Banco Mundial.


Cinco entre as dez maiores economias do mundo em 2014 tinham uma participação feminina em seus parlamentos inferior à média mundial (Estados Unidos, Japão, Brasil, Índia e Rússia) e apenas um entre eles (Alemanha), tinha presença mais expressiva de mulheres (uma em cada três cadeiras).

Poder-se-ia pensar, ainda, que a Renda Per Capta exercesse maior influência na participação das mulheres na vida parlamentar dos países, mas, outra vez, não é o que mostram os números do Banco Mundial.


Quando se observa a renda, novamente, cinco dos dez países com as maiores rendas per capta do mundo em 2014 tinham uma participação feminina em seus parlamentos inferior à média mundial (Catar, Kuwait, Brunei, Emirados Árabes Unidos, Estados Unidos e Arábia Saudita) e apenas dois entre os dez (Noruega e Suíça), tinham uma presença mais expressiva de mulheres (duas em cada cinco cadeiras).

E as Religiões? Será que elas influenciam?

A população de cento e noventa e três países do mundo, 31,5% é Cristã, 23,2%  Mulçumana,  16,3 %  Hindu e 7,1 Budistas, para uma participação feminina de 22,8%.


Quando se observa as religiões Cristães, entre os vinte primeiros com maior presença feminina nos parlamentos, nota-se que somente um (Senegal) têm um percentual de Cristãos (3,6%) inferior à média mundial (31,5%).  Já entre os vinte últimos, nove países (Brunei, Tailândia, Irã, Maldivas, Sri Lanka, Camores, Kuwait, Yemen e Catar) têm o percentual de Cristãos inferior à média mundial.

Observando a religião Mulçumana, vê-se somente um país (Senegal), entre os vinte primeiros com maior presença feminina nos parlamentos, com percentual de Mulçumanos (96,4%) superior à média mundial (23,2%).  Já entre os vinte últimos, nove (Brunei, Irã, Maldivas, Nigeria, Libano, Camores, Kuwait, Yemen e Catar) têm o percentual de Mulçumanos superior à média mundial.

A religião Hindu têm presença mais expressiva entre os últimos vinte países, no Sri Lanka (13,6) e no Catar (13,8), mesmo assim inferiores à média mundial (16,3%).

Os Budistas têm maior presença na Tailândia (93,2%) e Sri Lanka (69,3%), ambos entre os vinte últimos países.

Embora estes números não revelem o quanto as religiões influenciam a organização sócio política de cada país, ao menos, são um passo inicial para uma análise mais aprofundada da pouca presença feminina nos parlamentos do mundo.


quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Uma das Raízes da Desproporcional Presença das Mulheres nas Esferas Econômica e Política

A escolaridade das mulheres avança a passos largos na maioria dos países, sendo superior em muitos deles, mas isto não se reflete na mesma proporção no emprego.  Embora sejam metade da população mundial, somente um terço ocupa postos de trabalho formais.

Segundo o Fundo Monetário Internacional, se a força de trabalho feminina fosse aproveitada, países como o Egito elevariam o seu PIB em um terço e a Índia em um quarto.  Talvez, esse fosse o caminho para a superação da crise econômica que assola os países em desenvolvimento, inclusive o Brasil.

Outro aspecto que contrasta com o nível de formação das mulheres, superior ao dos homens, é sua inexpressível presença nos escalões mais elevados das empresas.  Nas duzentos e cinquenta maiores empresas brasileiras há somente três mulheres no topo da hierarquia.  Mas isso é só no Brasil? Claro que não.  A revista Fortune de 2014, sobre as quinhentas maiores empresas do mundo, informa que somente vinte e três executivas conduzem grandes corporações.

A baixa presença quantitativa e qualitativa da mulher no mundo do trabalho está diretamente relacionada com a sua tímida participação nos cargos eletivos e, por conseguinte, com a pouca influência que exerce na vida política.  Sobre isso, a Unionon Inter-Parlamentar compilou dados dos parlamentos de cento e noventa e três países do mundo.  As informações são muito recentes, foram coletadas até o último dia primeiro de agosto de 2016.  Se considerarmos todas as Câmaras Baixas, equivalentes à Câmara dos Deputados brasileira, apenas um (22,9%) entre cinco parlamentares é mulher.  Nas Câmaras Altas, equivalentes ao Senado, ocorre a mesma coisa (22,3%).  No Brasil a presença feminina é ainda menor, dos 513 deputados, somente 51 são mulheres (9,9%) e dos 81 Senadores, apenas 13 (16%).

Mesmo que se possa afirmar que o representante parlamentar deva defender o interesse do povo em geral, seria ingênuo pensar que as mulheres não possuam uma agenda política com questões típicas do seu gênero.  Emprego; participação na vida econômica e política do país; e direitos pessoais, tais como o aborto e proteção contra a violência masculina, são apenas alguns deles.

A participação da mulher na vida econômica dos países está visceralmente relacionada com a sua presença no universo político, tanto quanto isso depende da importância que se lhe dê como ser social, respeitada e reconhecida com iguais direitos. A menor importância atribuída à mulher alcança todas as esferas do universo social, inclusive o religioso, não se cultua Deusas.  Quase todos os Deuses que conhecemos são do gênero masculino.


segunda-feira, 12 de setembro de 2016

As Profundas Diferenças Entre os Gêneros no Brasil - Escolaridade X Renda

Apesar de grande parte dos discursos sobre gêneros no Brasil atenuarem as diferenças entre homens e mulheres, elas ainda são muito acentuadas e injustas.

A proporção de mulheres superou à de homens no Brasil nos últimos 20 anos e continua se elevando:

·         1991 = 50,5%
·         2000 = 50,8%
·         2010 = 51,0%

A importância da mulher na manutenção das famílias vem aumentando e atingiu 37,3% em 2010.

A escolaridade feminina é maior que a masculina e continua crescendo.

A frequência ao Ensino Médio dos 15 aos 17 anos e maior entre as mulheres:

·         1991 = Homens: 13,2%  e Mulheres: 18,2%
·         2000 = Homens: 30,2%  e Mulheres: 38,6%
·         2010 = Homens: 42,4%  e Mulheres: 52,2%

A presença da mulher de 18 a 24 anos no Ensino Superior e bem maior que a dos homens:

·         2010 = Homens: 11,3% e Mulheres: 15,1%

As taxas de escolaridade acima dos 25 anos em 2010 mostram que as brasileiras são mais escolarizadas que os homens.

·         Fundamental Incompleto= Homens: 50,8% e Mulheres: 47,8%
·         Fundamental Completo e Ensino Médio Incompleto= Homens: 14,9% e Mulheres: 14,4%
·         Ensino Médio Completo e Superior Incompleto= Homens: 24,1% e Mulheres: 25,0%
·         Superior Completo= Homens: 9,9% e Mulheres: 12,5%

Mesmo as mulheres possuindo níveis de formação significativamente maior, sua renda ainda está muito distante da dos brasileiros homens.

·         Proporção do Rendimento Salarial Médio das Mulheres no Brasil, em relação aos homens:

·         2000: 65,2%
·         2010: 67,7%

As injustas diferenças entre homens mulheres são sustentadas por raízes muito poderosas, que não serão arrancadas sem uma profunda redefinição do papel das mulheres na sociedade.  Isso implica mudanças de ordem tanto econômica e política como social e religiosa.

Fonte dos Dados: IBGE