Nos
primeiros anos das nossas vidas somos fortemente influenciados pelas ações educativas das nossas
mães. Ações que são estimuladas e inspiradas pelo amor que elas sentem por nós. Em geral, nessas fase, além das diversas características pessoais, apresentamos um caráter
espontâneo, sincero e afetivo, mesmo se nos revelamos mais tímidos e retraídos. Na medida do tempo, quando vamos crescendo, nos
distanciando desse cuidado afetuoso e nos submetendo mais e mais à sociedade, nossa espontaneidade vai sendo sucessivamente empurrada para fora de nós, por uma crescente artificialidade. É a cultura,
tomando o lugar das nossas mães e nos fazendo adultos.
A
cultura nos ensina a nos comportarmos em sociedade, a entender e a aceitar
direitos e deveres e a nos mostrarmos em função do que esperam os demais
membros da nossa sociedade. Ela nos leva
a vivermos na superficialidade de nós mesmos em favor da nossa aceitação pela
sociedade.
No
lado oposto ao das nossas mães, a educação à que nos impinge a cultura não tem
o amor como um lastro, mas uma ética alicerçada na razão e nos dogmas. Enquanto nossas mães nos ensinam o que acham
que nos trará o bem porque nos amam, e isso independe do tempo e do lugar em que
vivamos, a cultura nos leva a acreditar no que seja certo ou errado e isso
varia em função do tempo e do local onde vivamos.
Mesmo
sabendo que a nossa espontaneidade seja um traço característico das crianças e
que na quase totalidade dos casos ela vá diminuindo ao longo do nosso crescimento, não posso deixar de notar a influência
que as mães exercem sobre ela, reforçando-a, buscando alonga-la ao máximo. Do outro lado, vejo que a cultura fazendo o
oposto, nos conduzindo para uma superficialidade que apaga a nossa
espontaneidade.
Penso
que uma das razões desse fenômeno decorram das bases que sustentam essas ações
educativas, o amor, a razão e os dogmas.
O amor independe de tudo, e me refiro ao amor materno, ele existe em
qualquer lugar e a qualquer tempo do mesmo jeito, já a razão e os dogmas não,
eles variam no tempo e no espaço.
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