Estamos
vivendo um acelerado processo de vulgarização e desqualificação do amor, em
todas as suas modalidades. A começar pelo excessivo uso do termo, que raramente
é aplicado com propriedade. Faça uma experiência, peça a um de seus amigos que
liste as dez coisas, pessoas, locais ou situações que mais ama. É muito
provável que ele inclua mais coisas materiais, locais e situações que pessoas.
Então,
você ama o seu smartphone? Espero que não, más ouço com muito regularidade
pessoas dizendo que sim. Ou elas estão
mentindo ou aplicando o termo amor indevidamente. Neste caso, talvez não
reconheçam o que significa amor. O pior dos mundos é se elas estiverem falando
a verdade. Neste caso, estaremos lidando com um amor no mínimo estranho, não é
mesmo?
A
vulgarização da palavra amor tem sido sistematicamente empreendida pelos meios
de comunicação, por campanha publicitárias, que apelam para a dimensão afetiva
para comercializar produtos e serviços. A ideia central é incutir valores que
associam carências afetivas ao consumo, de tal maneira que comprando estaremos
amando ou sendo amados. Esta artificialidade se estende para o universo das
relações humanas e passa a mediar as relações afetivas também entre pessoas.
É
claro que não há como esperar que seu automóvel, computador ou uma bolsa de
grife se apaixone por você, mas é perfeitamente possível incorporá-los à sua
imagem, conformando um ser composto por você + um kit persona, que serão
objetos de desejo ou admiração de outras pessoas. Assim, para ser amado você
precisa de mais e mais coisas. São estas coisas que vão intermediar a relação
afetiva entre você e as outras pessoas.
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