sábado, 13 de agosto de 2016

O que o Gênero de Deus tem a ver com a Importância da Mulher na Sociedade?

Você deve ter se perguntado, o que este cara pretende com uma discussão sobre Deus ser mulher, será que ele não percebe que Deus pode ser tanto homem como mulher?
Talvez você esteja certa(o).  Se é cristã(o), pode argumentar, que nos escritos bíblicos, em Gênesis, há a afirmação de que fomos criados, homens e mulheres, à imagem e semelhança de Deus e que a essência dele está representada em todos nós.  Pode até acrescentar que Deus seja uma força superior, que transcende aos gêneros.  Contudo, não pode negar que tanto Deus como Jesus são citados predominantemente como homens, Pai e Filho, em escrituras sagradas e que quase todos os Deuses das religiões contemporâneas sejam masculinos.
Você pode ir mais fundo e dizer que o gênero atribuído a Deus seja mera consequência da interpretação de algumas das pessoas que escreveram as escrituras sagradas e que por razões culturais ou por qualquer outra, tenham escolhido considerá-lo homem. Ao menos nas religiões cristãs isso pode ser verdade, pois há passagens na bíblia que assemelham Jesus ao gênero feminino.  No entanto, não pode negar que a imagem de um Deus homem se entranhou em todas as culturas, nos últimos cinco mil anos e que isso teve um impacto definitivo em nossas mentes e almas.
Se for persistente, pode ir mais fundo ainda e dizer que a crença em Deus não requer olhá-lo como homem ou mulher, pois isso é apenas um rótulo.  Mesmo porque, a história revela que já houve e ainda há quem trate Deus como um ser feminino. Contudo, há de concordar que este tema não deixa de ser controverso e de causar certos desconfortos às igrejas cristãs. Também não pode ignorar que as representações de Deus são geralmente masculinas e que isto produz certo efeito nas pessoas.
Não somente Deus ou Cristo, mas a própria religião católica é culturalmente masculina.  Como mostra o relato da jornalista, historiadora e feminista italiana Lucetta Scaraffia, de 67 anos, uma das 32 mulheres convidadas a participar em Roma do sínodo dos bispos sobre a família, em outubro de 2015.  Ela constatou bem de perto e narrou para o Jornal francês Le Monde, a ignorância dos bispos e padres sobre o sexo feminino, cuja presença na Igreja Católica é apenas tolerada. A jornalista observou a elegância dos clérigos, com seus uniformes pomposos e discursos de difícil compreensão para os que não são do clero, cujo conteúdo em pouco ou nada fala da mulher.
Tudo bem, você dizer que este é um único testemunho e que pouco representa uma realidade, visto que é muito mais ampla e complexa. No entanto, você deve ter curiosidade sobre este assunto e interesse em saber mais, não é mesmo? Bem, se foi o título deste livro que a(o) atraiu e a(o) levou a acreditar que eu pretendesse desenvolver uma discussão apenas sobre o gênero de Deus, sinto muito, vou decepcioná-la(o). Me permita esclarecer, com a palavra Socorro! desejo expressar a agonia em que me meti ao repensar as origens de Deus e em que também pretendo envolver você.  A grande questão que procuro levantar neste livro é, se Deus poderia ser considerado tanto homem como mulher, por que então ele se consagrou como um ser masculino e que efeitos isso teve e tem na importância da mulher na sociedade?
Quanto à denominação Menina, ela não foi utilizada para dar um significado infantil a Deus ou para desrespeitar qualquer das religiões ou crenças, mas uma tentativa de emprestar ao nome deste livro uma noção de que ainda há muito a saber sobre Deus, especialmente sob uma identidade feminina.
Acredito que uma resposta para o porquê um Deus com rótulo masculino e para os efeitos que isso teve e tem na importância da mulher, esteja no caminho de volta às nossas origens mais remotas e no retorno aos dias de hoje.  É para essa viagem que eu a(o) convido.  Há também outros propósitos com este livro, sobretudo de ordem pessoal.  Ele é uma espécie de teste de crença.  Eu nasci cristão e pretendia chegar ao final deste livro crendo mais, menos ou até não crendo em Deus. É claro, se vamos fazer essa viagem juntos, você corre o mesmo risco que eu.
Talvez esteja me achando muito pernóstico por pensar que possa influir na sua crença. É, pode até ser que você chegue ao final deste livro acreditando que eu seja um idiota, louco ou qualquer outra coisa. No entanto, só saberemos quando você chegar lá, não é mesmo?

Então, vamos?

 Convite para o Lançamento: Socorro! Deus é Menina



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