terça-feira, 30 de agosto de 2016
quinta-feira, 25 de agosto de 2016
Um Signo Feminino no Início de Tudo
A
civilização humana vem sendo construída sob signos predominantemente masculinos,
tanto nas esferas sociais e políticas como religiosas. Mesmo assim, a dimensão
mítica na esfera transcendente transborda em elementos que deixam visível o
ovo como gênese da vida e do amor. Um signo feminino no início de tudo.
O jornalista Pepe Rodrigues, em Deus Nasceu Mulher, nos oferece um interessante relato do processo mais recente de migração de uma sociedade matriarcal para o patriarcado. Segundo ele, registros arqueológicos revelam que o primeiro Deus, gerador e controlador era mulher e isso permaneceu há até vinte cinco mil anos. Por razões sociais e econômicas, o conceito de Deus homem se sobrepôs e perpetuou até os dias de hoje. No passado nasceram mitos e conceitos masculinos de Deus, mas Deus jamais foi masculino. A figura divina sempre foi uma mulher.
Mesmo com a prevalência de Deuses masculinos, as civilizações forjaram inúmeros valores de orientação da conduta muito mais femininos que masculinos. A justiça é um dos mais importantes deles. Ela nasce do pressuposto da igualdade entre os seres humanos, o que confere certa semelhança ao tratamento dado pelas mães aos filhos, desde os tempos mais remotos. Vale destacar que a justiça se exprime simbolicamente através de uma figura feminina, a Deusa Dice.
quinta-feira, 18 de agosto de 2016
quarta-feira, 17 de agosto de 2016
As Semelhantes Concepções de Criação do Universo e seu Tempo
Supondo
que os seres humanos modernos não contassem com as inúmeras versões míticas e
religiosas que explicam o surgimento do universo, dificilmente uma versão para
o ato de criação do universo seria aceita pela maior parcela da população do
mundo, se não incluísse o Big Bang, a grande explosão ocorrida a vinte bilhões
de anos, que a ciência moderna nos revelou. Essa suposição deixar
ver que a nossa imaginação funciona como espécie de sombra que vai um pouco além
do nosso arsenal de conhecimento.
Segundo
a ciência, os seres humanos habitam a terra a aproximadamente 5 milhões de
anos, mas somente nos últimos dois mil anos se considerou a possibilidade de a
terra ser redonda e de vivermos em um sistema solar. A
maioria dos mitos de criação do universo antecede a quase todo o
conhecimento que possuímos hoje sobre os astros. Talvez isso explique a razão de eles incluírem
elementos comuns: céu, terra e mar.
Quando foram concebidos, os seres humanos tinham certeza de que viviam em
um lugar único e não podiam imaginar a possbilidade de um universo, tão vasto, cheio de galáxias.
A sombra do seu conhecimento alcançava no máximo um céu cheio de nuvens e raios
e um mar que se elevava.
Então, é possível considerar que a criação
do universo concebida hoje, envolveria, necessariamente, além do Big Bang,
elementos como espaço sideral, buracos negros, galáxias, constelações e vários
outros fenômenos contemporâneos.
Talvez seja o momento de reconstruirmos nossos mitos.
sábado, 13 de agosto de 2016
O que o Gênero de Deus tem a ver com a Importância da Mulher na Sociedade?
Você deve ter se perguntado, o que este
cara pretende com uma discussão sobre Deus ser mulher, será que ele não percebe
que Deus pode ser tanto homem como mulher?
Talvez você esteja certa(o). Se é cristã(o), pode argumentar, que nos
escritos bíblicos, em Gênesis, há a afirmação de que fomos criados, homens e
mulheres, à imagem e semelhança de Deus e que a essência dele está representada
em todos nós. Pode até acrescentar que
Deus seja uma força superior, que transcende aos gêneros. Contudo, não pode negar que tanto Deus como
Jesus são citados predominantemente como homens, Pai e Filho, em escrituras
sagradas e que quase todos os Deuses das religiões contemporâneas sejam
masculinos.
Você pode ir mais fundo e dizer que o
gênero atribuído a Deus seja mera consequência da interpretação de algumas das
pessoas que escreveram as escrituras sagradas e que por razões culturais ou por
qualquer outra, tenham escolhido considerá-lo homem. Ao menos nas religiões
cristãs isso pode ser verdade, pois há passagens na bíblia que assemelham Jesus
ao gênero feminino. No entanto, não pode
negar que a imagem de um Deus homem se entranhou em todas as culturas, nos
últimos cinco mil anos e que isso teve um impacto definitivo em nossas mentes e
almas.
Se for persistente, pode ir mais fundo
ainda e dizer que a crença em Deus não requer olhá-lo como homem ou mulher, pois
isso é apenas um rótulo. Mesmo porque, a
história revela que já houve e ainda há quem trate Deus como um ser feminino. Contudo,
há de concordar que este tema não deixa de ser controverso e de causar certos desconfortos
às igrejas cristãs. Também não pode ignorar que as representações de Deus são
geralmente masculinas e que isto produz certo efeito nas pessoas.
Não somente Deus ou Cristo, mas a própria
religião católica é culturalmente masculina.
Como mostra o relato da jornalista, historiadora e feminista italiana
Lucetta Scaraffia, de 67 anos, uma das 32 mulheres convidadas a participar em
Roma do sínodo dos bispos sobre a família, em outubro de 2015. Ela constatou bem de perto e narrou para o
Jornal francês Le Monde, a ignorância
dos bispos e padres sobre o sexo feminino, cuja presença na Igreja Católica é
apenas tolerada. A jornalista observou a elegância dos clérigos, com seus
uniformes pomposos e discursos de difícil compreensão para os que não são do
clero, cujo conteúdo em pouco ou nada fala da mulher.
Tudo bem, você dizer que este é um único
testemunho e que pouco representa uma realidade, visto que é muito mais ampla e
complexa. No entanto, você deve ter curiosidade sobre este assunto e interesse
em saber mais, não é mesmo? Bem, se foi o título deste livro que a(o) atraiu e
a(o) levou a acreditar que eu pretendesse desenvolver uma discussão apenas
sobre o gênero de Deus, sinto muito, vou decepcioná-la(o). Me permita
esclarecer, com a palavra Socorro!
desejo expressar a agonia em que me meti ao repensar as origens de Deus e em
que também pretendo envolver você. A
grande questão que procuro levantar neste livro é, se Deus poderia ser
considerado tanto homem como mulher, por que então ele se consagrou como um ser
masculino e que efeitos isso teve e tem na importância da mulher na sociedade?
Quanto à denominação Menina, ela não foi utilizada para dar um significado infantil a
Deus ou para desrespeitar qualquer das religiões ou crenças, mas uma tentativa
de emprestar ao nome deste livro uma noção de que ainda há muito a saber sobre
Deus, especialmente sob uma identidade feminina.
Acredito que uma resposta para o porquê um Deus com rótulo masculino e para os efeitos que isso teve e tem na importância da mulher, esteja no caminho de volta às nossas origens mais remotas e no retorno aos dias
de hoje. É para essa viagem que eu a(o)
convido. Há também outros propósitos com
este livro, sobretudo de ordem pessoal.
Ele é uma espécie de teste de crença.
Eu nasci cristão e pretendia chegar ao final deste livro crendo mais,
menos ou até não crendo em Deus. É claro, se vamos fazer essa viagem juntos, você
corre o mesmo risco que eu.
Talvez esteja me achando muito pernóstico por
pensar que possa influir na sua crença. É, pode até ser que você chegue ao final
deste livro acreditando que eu seja um idiota, louco ou qualquer outra coisa. No
entanto, só saberemos quando você chegar lá, não é mesmo?
Então, vamos?
terça-feira, 2 de agosto de 2016
Por uma Nova Liderança no Planeta
Por
milhares de anos os homens foram hegemônicos na liderança das organizações,
sejam elas socioeconômicas, políticas ou religiosas. Mesmo assim, as mulheres vêm conquistando
espaço nas organizações socioeconômicas e políticas a passos largos, e creio
que isto esteja ocorrendo por causa das suas habilidades sócio emocionais.
Peter
Drucker, um dos maiores expoentes da gestão contemporânea, afirma que das
mudanças havidas no século passado, a que terá maior influência neste milênio
será a transformação do mundo do trabalho, que deixa de se basear no esforço
psicomotor dos seres humanos, prevalente desde o machado de pedra, para se
sustentar no intelecto e nas emoções. Chamou isso de trabalhador do
conhecimento.
A
competição individual e o espírito desbravador e de conquista do homem, suas características
físicas, seu egocentrismo e um certo distanciamento das questões emocionais não parecem suficientes para lidar com os novos desafios assinalados por Drucker.
O
modo como os homens conduziram as organizacionais socioeconômicas e políticas,
embora tenha produzido o que chamamos de desenvolvimento, não foi capaz de
manter o mundo saudável, seja sob o ponto de vista ecológico, econômico ou político.
Do
ponto de vista ecológico, o instinto predador masculino transformou a terra em
um lugar cada vez mais inóspito aos seres humanos. Os homens não tiveram o
devido cuidado de preservar a sua própria casa.
Do
ponto de vista econômico, há muita desigualdade no mundo. Mesmo que se queira atribuir tantas
diferenças ao modo de produção econômica, esquerda direita não
conseguem proporcionar condições de sobrevivência minimamente adequadas para
grande parcela da população.
Sob
o ângulo político, basta olhar para a composição dos órgãos de representação
nos âmbitos municipais, regionais ou nacionais, para entender que a
desigualdade impera, sobretudo a de gêneros.
É
claro que todos estes argumentos podem ser contestados, sobretudo porque a
hegemonia de poder nas organizações sempre pertenceu aos homens e as mulheres
nunca tiveram a oportunidade para demonstrar o que podem fazer. Assim, não há
como saber se elas teriam cuidado melhor do planeta. No entanto, o homem teve a
sua vez e deu no deu e este é um motivo mais que suficiente para buscarmos
outra alternativa.
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