A Ciência é por natureza cética, não há
como esperar que ela adote ideias que não possam ser validadas por seus próprios
métodos. Por esta razão, quando analisa as religiões e seus fatos, seja através
da Sociologia, Antropologia, Arqueologia, Física, Biologia ou por qualquer
outro campo do conhecimento científico, produz resultados que embora lhes
satisfaçam, nem sempre são aceitos pelas Religiões. Isso pode significar que a
construção das Religiões seja influenciada tanto pela vida social e pelos
fenômenos naturais, como por outros fatores que escampam à compreensão da Ciência
ou vice-versa.
Richard Dawkins, um digno representante do
ceticismo científico, “... posiciona a ciência à frente de Deus, sob o
argumento de que ela nos ofereça soluções concretas para problemas da
humanidade e a religião não. Por isso,
nos dias atuais acreditamos mais na ciência do que em Deus, mais em coisas materiais
do que em espirituais.” No Entanto, “... penso que somos seres que precisam
acreditar e que se reprimirmos a fé, estaremos nos violentando.”
“É possível que o vácuo de fé em Deus
tenha levado pessoas a buscarem conforto e respostas para suas questões
existenciais no mundo material ... De fato, a ciência traz notáveis soluções
para o dia a dia dos seres humanos, seja em termos de saúde e longevidade, para
compreender a nossa origem biológica e para a produção de bens materiais... Contudo,
há algo na nossa natureza que nos remete implacavelmente para um futuro, que se
desdobra indefinidamente desde a nossa origem...” e que não se explica somente
pela ciência.
Não quero dizer que as Religiões existam
para explicar o que a ciência não consegue e vice-versa, não é isso. Há
elementos nas religiões que se analisados pela ciência podem lançar luz sobre
as Religiões, aumentando o espectro de conhecimento de ambas. Me refiro especificamente ao amor, a mais
contundente manifestação de Deus, considerado assim pela maioria das Religiões.
Embora a existência de Deus não possa
ser provada, sua principal manifestação, o amor, pode ser sentida por todos,
até pelos cientistas mais céticos. O
estudo sistemático do amor, como um fenômeno bio-psiquico-social-religioso, em
todas as suas vertentes e manifestações, pode aproximar os estudos científicos
dos estudos religiosos.
As Religiões
deram o primeiro passo em direção à Ciência, quando sistematizaram seus estudos
através da Teologia. O termo vem do
latim e quer significar o (Logos) estudo de (Theo) Deus. Ela procura estudar os fenômenos relacionados com Deus e suas influências
na vida e nos fatos cotidianos e universalizar seus conhecimentos.
Trechos extraídos do livro Socorro! Deus é Menina.