A busca por uma resposta para a pergunta
“De onde viemos e para onde vamos?” nos colocou diante de uma possível origem e
um possível destino, em que de um lado está o surgimento da vida e de outro a
morte.
Nossa curiosidade sobre a origem da vida
não nos mobiliza tanto quanto a nossa inquietude provocada pela sensação de
finitude proporcionada pela morte. Parece que desejamos ser eternos e que a morte
precisa de uma explicação que se adeque a isso. As crenças religiosas servem
justamente para atenuar as nossas angústias e sofrimentos, por isso, têm que
oferecer explicações para a morte.
Portanto, não fica difícil acreditar que
o corpo seja habitado por uma alma, que continua após a morte do corpo. Essa é
uma ideia reconfortante, que nos ajuda a combater o sentimento de finitude.
Nosso universo onírico é uma poderosa
fonte de fantasias e imaginações, nele podemos ser onipresentes, onipotentes e
tudo o que possamos imaginar. Ele é cheio de pessoas que já morreram. Há boas
chances de termos iniciado a nossa crença na alma por não distinguirmos
claramente a diferença entre os sonhos e a realidade.
Acreditar na existência da alma tornou
possível conceber a sua existência em outros elementos não humanos. Isso porque
a natureza tinha ascendência sobre o homem, seu poder, seja pela força dos
predadores ou pelas condições ambientais inóspitas, colocavam os seres humanos
em condição de inferioridade.
Achar que os animais, as árvores e os
rios possuíam uma alma ou espírito, com intencionalidade, levou a construção de
um universo espiritual fantástico. A
mitologia e as crenças politeístas se abasteceram dessa ideia e produziram
espíritos e Deuses que regiam o mar, os céus, a terra, os Rios e todos os
demais elementos da natureza. Eles estabeleciam o que homem podia ou não fazer,
segundo a sua própria imaginação.
As primeiras religiões parecem ter
surgido para dar sentido ao que o homem não conseguia compreender, para ele pudesse se situar frente às suas próprias angústias e temores.
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