segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Ciência e Religião Parte III

A busca por uma resposta para a pergunta “De onde viemos e para onde vamos?” nos colocou diante de uma possível origem e um possível destino, em que de um lado está o surgimento da vida e de outro a morte.
Nossa curiosidade sobre a origem da vida não nos mobiliza tanto quanto a nossa inquietude provocada pela sensação de finitude proporcionada pela morte. Parece que desejamos ser eternos e que a morte precisa de uma explicação que se adeque a isso. As crenças religiosas servem justamente para atenuar as nossas angústias e sofrimentos, por isso, têm que oferecer explicações para a morte.
Portanto, não fica difícil acreditar que o corpo seja habitado por uma alma, que continua após a morte do corpo. Essa é uma ideia reconfortante, que nos ajuda a combater o sentimento de finitude.
Nosso universo onírico é uma poderosa fonte de fantasias e imaginações, nele podemos ser onipresentes, onipotentes e tudo o que possamos imaginar. Ele é cheio de pessoas que já morreram. Há boas chances de termos iniciado a nossa crença na alma por não distinguirmos claramente a diferença entre os sonhos e a realidade.
Acreditar na existência da alma tornou possível conceber a sua existência em outros elementos não humanos. Isso porque a natureza tinha ascendência sobre o homem, seu poder, seja pela força dos predadores ou pelas condições ambientais inóspitas, colocavam os seres humanos em condição de inferioridade.
Achar que os animais, as árvores e os rios possuíam uma alma ou espírito, com intencionalidade, levou a construção de um universo espiritual fantástico.  A mitologia e as crenças politeístas se abasteceram dessa ideia e produziram espíritos e Deuses que regiam o mar, os céus, a terra, os Rios e todos os demais elementos da natureza. Eles estabeleciam o que homem podia ou não fazer, segundo a sua própria imaginação.

As primeiras religiões parecem ter surgido para dar sentido ao que o homem não conseguia compreender, para ele pudesse se situar frente às suas próprias angústias e temores.

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